segunda-feira, 29 de março de 2010

ALFAIAS DE MOBILIZAÇÃO DO SOLO

CHARRUAS
A lavoura é um dos mais importantes trabalhos de mobilização do solo arável e tem por objectivo revolvê-lo, para melhorar a circulação da água e ar. A charrua tem como função o enterramento de restos da colheita, estrumes, dos correctivos e fertilizantes.
A charrua tem na sua constituição peças não activas e activas.
As peças não activas nas charruas são as de engate, de suporte e protecção.
As peças activas são as que realizam trabalho no terreno provocando-lhe desgaste.
Para minimizar esse desgaste temos que realizar o trabalho com uma charrua bem regulada. Esta regulação pressupõe ainda um maior aproveitamento da potência do tractor, e um menor consumo de combustível, menor desgaste de pneus, menor esforço do operador e uma maior perfeição do trabalho que irá beneficiar a cultura a instalar.

Engate aos 3 pontos do hidráulico
Em primeiro procede-se ao engate da charrua com o tractor obedecendo à seguinte ordem:
1º - Engate da barra de tracção do tirante fixo.
2º - Engate da barra de tracção do tirante móvel. Quando ambos os tirantes forem móveis engata-se o que der mais jeito.
3º - Engate da barra de terceiro ponto “ou barra de topo”.

Para desengatar procede-se de forma inversa.
Depois da charrua engatada deve proceder-se à regulação da alfaia, para optimizar o trabalho.

Regulação transversal
Consiste no nivelamento dos dois tirantes “direito e esquerdo” de modo a ficarem com o mesmo comprimento.
A regulação faz-se por intermédio da manivela do tirante móvel com a alfaia pousada no chão.

Regulação lateral ou centralização
Consiste em centrar a alfaia com o tractor colocando o comprimento dos estabilizadores igual dos dois lados, medindo-se do interior da jante á barra de tracção com a alfaia suspensa no ar.

Regulação longitudinal ou abicamento
É regulada na barra do terceiro ponto ou barra de topo, encurtando-o ou alongando-o para que o corpo da frente trabalhe à mesma profundidade do de trás. Esta afinação pode ser feita previamente deixando-se entre 5 a 6 centímetros do calcanhar da charrua ao solo, fazendo-se depois a afinação final no terreno. Esta afinação consiste em verificar se o calcanhar vai a roçar demasiado no fundo do rego ou se não deixa qualquer sinal.
A velocidade a que uma charrua deve trabalhar varia com a potência do tractor, tipo de solo e humidade do mesmo, cobertura vegetal, topografia do terreno, peso da charrua, largura do corte e profundidade do trabalho. No entanto e apesar das condicionantes expostas, a velocidade de trabalho nas charruas de aivecas deve ser de 4 a 7 km/h.

Manutenção
As charruas exigem, como qualquer outra alfaia, uma cuidadosa manutenção antes, durante e depois da campanha.

Antes da campanha:
· Verificar o aperto de todas as porcas e parafusos, reapertando-os se necessário.
· Lubrificar todos os copos de lubrificação, procedendo à sua limpeza antes e depois da lubrificação.
· Deitar alguns pingos de óleo em todos os pontos de atrito.

Durante a campanha:
· Tratando-se de charruas novas reapertar todas as porcas, parafusos e munhões de engate no final do 1º dia de trabalho.
· Proceder às verificações anteriores de 50 em 50 horas de trabalho.
· Diariamente de 10 em 10 horas lubrificar todos os copos de lubrificação e deitar alguns pingos de óleo nos pontos de atrito.
· Vigiar e ajustar as peças de desgaste e substituí-las sempre que necessário.
· Sempre que se mude de local de trabalho, lavar muito bem a alfaia para que não haja infestações de ervas daninhas.

Depois da campanha:
· Substituir as peças com desgaste excessivo.
· Ajustar folgas.
· Lavar com água sob pressão.
· Retocar a pintura.
· Lubrificar todos os copos de lubrificação.
· Besuntar, com parafina, todos os locais sem tinta, com especial destaque para as peças activas.
· Guardar a alfaia sob coberto e em cima de uma superfície dura e seca.

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